Por: Élida Zuchini
O isolamento social em casa entre os anos 2020 e 2021, influenciou muitas pessoas repensarem seu estilo de vida, estimulando com que passassem a realizar esportes ou buscar atividades em ambientes ao ar livre.
Literalmente, “ficar trancado em casa” fez com que as pessoas sentissem falta de se conectar com a natureza e isso influenciou no aumento do fluxo de turistas em buscas de viagens aos nossos Parques e reservas naturais e, felizmente, a começarem a realizar trilhas, mountain bike e outros esportes de aventura.
Porém, ainda não é fácil encontrar o caminho desses esportes no Brasil, como em outros países. Então, vamos tentar aqui dar algumas dicas para ajudar a “tirar algumas pedras do caminho” para quem está começando a vivenciar esse intenso mundo das trilhas e do montanhismo.
Primeiro, gosto da ideia de pontuar, que todos nós, aventureiros ou não, a partir do momento que viajamos, somos turistas nesse local, porém uma marca do turismo de aventura e do ecoturismo são as nossas motivações e os rastros que deixamos na nossa viagem.
O Turismo é um importante vetor de desenvolvimento econômico e social e se bem organizado, envolvendo a comunidade local pode trazer muitos benefícios e ajudar a diminuir o impacto negativo nos ambientes naturais e a fomentar a preservação da cultura local.
Os assíduos do ecoturismo e do turismo de aventura, tem em suas mãos o poder de colaborar com a promoção do uso do patrimônio natural e cultural, de forma sustentável, e assim, incentivar a sua preservação.
Comece a planejar sua trilha sempre lembrando dos princípios do Leave no Trace ou “Não Deixe Rastros”, um momento internacional de educação ambiental que orienta as seguintes diretrizes:
Princípio 1 – Planeje e prepare-se com antecedência
Princípio 2 – Caminhe e acampe em superfícies duráveis
Princípio 3 – Descarte corretamente o seu lixo
Princípio 4 – Deixe o que encontrar
Princípio 5 – Minimize o impacto das fogueiras
Princípio 6 – Respeite a vida selvagem
Princípio 7 – Respeite as outras pessoas
Pode parecer meio estranho um texto com dicas de como começar na trilha iniciar com essas orientações, mas conhecer esses princípios te ajudará a tomar boas decisões e ter boas práticas em ambientes naturais para uma viagem saudável para você e as pessoas ao seu redor.
Por isso, quem deseja começar na trilha deve estar comprometido, tanto com as boas práticas com a natureza e com a comunidade local, como também com a sua segurança. É necessário planejar bem a sua viagem, entender seus limites e definir suas prioridades.
Você pode começar fazendo uma lista dos seus sonhos de viagem e definir quais são os mais fáceis, por onde começar e como você precisa investir seu tempo, seus treinos, seu dinheiro para realizá-los.
Muitas vezes damos desculpas para não treinar, seja tempo ou dinheiro, mas hoje existem muitas aulas online gratuitas e perdemos muito tempo navegando nas redes sociais enquanto poderíamos fazer um treino rápido, que além de nos preparar para uma trilha, melhora nossa qualidade de vida.
Mesmo que sem grana, você pode tirar uma hora para fazer um funcional em casa ou no parque, seguindo um aplicativo, uma aula no youtube ou participando de um projeto popular. Além de nos estimular fisicamente, ainda pode colaborar para economizar dinheiro, uma outra dificuldade encontrada por muita gente que quer viajar mais.
Vejo várias pessoas me questionando sobre onde tiro grana pra viajar tanto, mas você pode trocar o happy hour com os amigos por uma atividade ao ar livre juntos. Pode economizar também reaproveitando coisas que já tem em casa, comprando menos roupas e acessórios, que você provavelmente já deve ter o suficiente no seu guarda roupa.
Economizar para viajar se torna uma arte e vale muito a pena. Só indico que você não economize na hora de comprar bons equipamentos, pois eles farão muita diferença para o conforto e o sucesso da sua viagem.
Hoje existem diferentes lojas outdoors no Brasil para todos os bolsos e a cada ano fica mais acessível novas marcas no país. Você não precisa e, dificilmente, irá conseguir comprar tudo de uma vez, mas aqui vai uma lista básica dos equipamentos essenciais para quem quer começar na trilha.
Lista básica de equipamentos para as trilhas:
– Bota ou tênis de trekking;
– Mochila confortável com barrigueira;
– Anorak (jaqueta impermeável própria para a trilha);
– Roupas leves e especializadas;
– Boas meias, de preferência de “coolmax”;
– Boa lanterna de cabeça;
– Canivete;
– Boné / Viseira ;
– Kit de primeiros socorros;
– Óculos de sol e proteção solar.
Para quem deseja acampar:
– Saco de dormir (adequado com o clima do local);
– Isolante térmico;
– Barraca;
– Fogareiro e kit de cozinha.
Da lista acima, eu indico três coringas que farão toda a diferença e que merecem que você invista seu dinheiro com cuidado em um equipamento de qualidade: o tênis ou a bota de trilha, uma mochila adequada e um bom anorak (jaqueta impermeável).
Mas, depois de foco, comprometimento, determinação, definir prioridades, fazer a lista de sonhos, planejar com cuidado e investir em bons equipamentos é muito importante que você, acima de tudo, tenha o cuidado com a sua segurança.
Se for com amigos, verifique se todos têm o conhecimento necessário para juntos terem uma boa trilha. É importante ter conhecimentos sobre navegação, primeiros socorros, clima e sobre o local que vocês irão caminhar. Juntos vocês devem ser capazes de sair do pior dos perrengues possíveis.
Se for em um grupo com uma agência e um guia, verifique a confiabilidade e procure saber a opinião de outras pessoas que já contrataram essa viagem. Lembre-se que o barato pode sair caro e analise com cuidado quem será o responsável pelo seu sonho e pela sua segurança.
Por fim, agarre as oportunidades e coloque energia nos seus sonhos. É comum acabar se acostumando com a distância que nos separa deles. Mas, acredite em você e tenha coragem de perseguir até seus anseios mais ambiciosos. Se você pode sonhar, você pode buscar meios para realizá-los.
Acredite em você e boas aventuras!
Élida Zuchini é formada em Turismo pela UNESP e desde 2011 atua como guia, já tendo participado e guiado expedições por 23 Estados Brasileiros, Cordillera dos Andes, Cordillera Blanca, diferentes regiões Alpinas, Dolomitas, Himalaia e Patagônia Chilena e Argentina. Viveu como nômade nos últimos anos, percorrendo diferentes regiões do mundo guiando grupos, mas hoje tem como base a cidade de El Chaltén na Patagônia Argentina e Itamonte/RJ na Serra da Mantiqueira.
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