O turismo ecológico está cada vez mais comum no mundo todo. Essa modalidade turística utiliza, de forma sustentável, o ecossistema, as belezas naturais e os parques ecológicos. O objetivo é integrar o turista ao meio ambiente, incentivando a conservação do espaço e promovendo a economia local.
É uma oportunidade de entrar em contato com a natureza e conhecer novas culturas. E que tal aproveitar o feriado da Semana Santa para explorar essas regiões? Selecionamos 5 destinos para você conhecer, confira!
O Brasil é um país rico em fauna e flora, com diversas atrações naturais, nos mais variados climas. Os locais para ecoturismo atendem todos os perfis de viajantes e, certamente, um deles vai te conquistar. Para ajudar na escolha do seu turismo de aventura, reunimos uma indicação por região.
Ficou curioso para conhecer mais sobre a natureza brasileira? Então continue acompanhando!
Vamos começar pelo norte do país, com o Monte Roraima. Esse destino é tão fantástico que já foi usado até como cenário de novela. Ele é composto por três países: Venezuela (maior parte), Brasil (menor parte) e Guiana. Apesar da tríplice fronteira, o acesso é feito pelo lado venezuelano. Chamado de “La Rampa”, ele requer muita disposição para caminhar.
O clima é tropical e úmido, com temperatura entre 24 e 26ª C. No topo a temperatura cai, fazendo bastante frio. Devido à altura, é comum avistar a paisagem com névoa, o que dá um ar de mistério ao lugar. É uma sensação de andar sobre as nuvens. Um verdadeiro convite para os amantes de aventura.
Os brasileiros que desejam conhecer o sétimo ponto mais alto do país — 2.875 metros de altura — devem ir até Boa Vista, capital de Roraima, e de lá cruzar a fronteira para seguir na expedição.
O roteiro mais comum começa pelo município de Pacaraima, ainda no Brasil, passa por Santa Helena de Uairém, Paraitepuy e São Francisco de Yuruani, na Venezuela. Antes de chegar ao destino, você vai encontrar a aldeia indígena Pémon de Paray Tepuy.
Existem três formas de chegar até o Monte Roraima:
O ponto positivo de contratar uma agência brasileira é que você não terá preocupações e terá um guia brasileiro acompanhando toda a viagem, mas poderá pagar mais caro por isso. Se você contratar uma agência venezuelana, o custo será menor, mas você terá que providenciar o deslocamento até o país.
A contratação de um guia é a opção mais econômica, mas requer pesquisa e um planejamento de viagem. Você pode montar um grupo ou encaixar-se em alguma saída caso viaje sozinho. Mas uma coisa é certa: todo o esforço será recompensado.
Engana-se quem pensa que a única opção de hospedagem do Monte Roraima é acampar. Essa é uma das mais conhecidas, mas também existem hospedagens em hotéis e pousadas.
Durante o trekking, o pernoite é feito em barracas, nos acampamentos montados próximos dos rios. A alimentação é preparada pelos guias: são três refeições diárias. Reserve alguns petiscos para comer entre uma refeição e outra, pois as trilhas variam de 2 até 12 km.
Além da altura, o lugar impressiona pela ação dos ventos em meio às savanas Amazônicas, o que resulta em rochas e paredões esculpidos pela natureza. Para completar a paisagem, temos a beleza dos rios, cachoeiras e bromélias. Uma maravilhosa recompensa para quem enfrenta o desafio das trilhas.
A temporada de seca, de setembro a março, é a melhor época para explorar a região, principalmente se tratando de turismo ecológico. O mês de janeiro é ainda mais propício, pois facilita o trekking ao topo do monte. Já o período de junho a agosto é o menos recomendado por causa das chuvas, o que diminui a qualidade das trilhas. Reserve, no mínimo, sete dias para visitar o lugar.
O vale dos cristais é um dos picos mais importantes do roteiro: são formações de pequenas esculturas pontiagudas de cristal. Outro passeio interessante é o sobrevoo de helicóptero. São imagens de impressionar!
No Nordeste, uma das maiores atrações de turismo ecológico é o Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). São cerca de 152 mil hectares com serras, rios, cachoeiras e até pântano. Todas essas riquezas naturais encantam os visitantes de um dos maiores parques de preservação do país fora da região Amazônica.
A Chapada Diamantina é o destino ideal para quem busca lavar a alma e renovar o espírito. Mas prepare-se fisicamente e psicologicamente: há trilhas com até 7 dias de duração. O que não é um problema diante de tantas belezas naturais. Confira algumas atrações:
Os três maiores picos do nordeste estão na Bahia e você pode conhecê-los em um único passeio, no município de Abaíra, no povoado de Catolés de Cima. Trata-se de uma Área de Proteção Ambiental (APA), em função da sua riqueza botânica.
O mais alto é o Pico do Barbado, com 2.033 metros de altura com uma formação geológica de beleza rara. O segundo mais elevado é o Pico do Itobira, com 1.930 metros. Já o Pico das Almas tem 1.958 metros de altitude. Para visitá-los, é preciso deslocar-se de carro ou moto e fazer o trekking de, aproximadamente, duas horas e meia. A recompensa é uma vista de tirar o fôlego.
A base dos passeios da Chapada Diamantina é o município de Lençóis. É lá que estão as agências, o comércio, restaurantes e muito mais. Há hospedagens para todos os gostos e bolsos, desde albergues a hotéis 5 estrelas. Dependendo dos passeios que tiver no roteiro, você também poderá se hospedar nas casas dos nativos, o que torna a experiência de turismo ecológico muito mais interessante.
O município de Lençóis possui aeroporto próprio, que recebe voos regulares da companhia aérea Azul. Os voos saem de Salvador (BA), Confins (MG) e São Paulo (SP). O aeroporto está localizado na BR-242 e fica a 20 km do centro da cidade. Também há ônibus que partem da Rodoviária de Salvador até Lençóis. A distância entre as duas cidades é de 425 quilômetros. A viagem de ônibus tem entre 5 a 6 horas de duração.
Na região centro-oeste temos um paraíso chamado Bonito. O próprio nome já explica porque ele está na lista dos melhores destinos para turismo ecológico. A beleza natural é o principal atrativo do lugar, mas ele também é ideal para a prática de esportes outdoor. Os rios cristalinos, a vegetação exuberante e as belas cachoeiras tornam o passeio inesquecível! Bonito também possui infraestrutura e é referência no turismo sustentável.
Para visitar o lugar, reserve pelo menos quatro dias, pois existem muitas opções de passeios. Confira algumas:
Sem dúvidas, o principal passeio de Bonito é o Abismo das Anhumas. Trata-se de uma caverna situada no subsolo, onde o único acesso é feito pelo rapel negativo. São 72 metros de altura que proporcionam ao visitante um visual incrível contornado por estalactites e estalagmites de diversos tamanhos e formatos. Para conhecer o local, há um treinamento obrigatório.
Um buraco no chão é iluminado por fendas entre as rochas. No final, surge um espelho d’água cristalina que impressiona até os mergulhadores mais experientes. O lago de 80 metros de profundidade tem águas transparentes que ganham cores verde-esmeralda e azul anil, variando a tonalidade de acordo com a intensidade da luz.
Mergulhadores certificados podem descer até 18 metros no lago, que tem 80 metros de profundidade. Ou seja, eles podem usufruir de toda a luminosidade de uma das cavernas mais conhecidas do planeta. A duração do passeio é de, aproximadamente, 5 horas.
A melhor época para explorar o Abismo de Anhumas são os meses de dezembro e janeiro. Nesse período, o abismo recebe um feixe de luz vindo da única abertura do local, proporcionando uma experiência inesquecível.
O aeroporto de Bonito é pequeno e recebe apenas dois voos por semana. Para quem vem de outros estados, o ideal é pegar um voo para Campo Grande. Depois, você pode ir de ônibus ou carro para Bonito. Há empresas de turismo que levam os visitantes do aeroporto direto para o destino.
Bonito possui hotéis, pousadas, flats, chalés e hostels. A melhor localização é no centro. A rua principal, Coronel Pilad Rebuá, fica em frente à Praça da Liberdade e tem diversas lojas, restaurantes e agências de turismo.
No sudeste temos a Serra de São José, que abrange as cidades históricas Tiradentes e São João del Rei, em Minas Gerais. Apesar de serem conhecidos pelas visitas a igrejas e museus, esses destinos têm uma natureza exuberante, com trilhas e cachoeiras, sendo perfeitos para o turismo ecológico.
A travessia da Serra, trilha mais longa, tem cinco horas e meia de duração. Mas existe um percurso menor, de 3 horas e meia. A paisagem é cercada por Mata Atlântica e tem uma grande concentração de libélulas. O percurso passa por alguns trechos de vegetação rupestre e mata fechada.
Além do contato com a natureza, você também aprenderá um pouco da história de Minas Gerais. A calçada dos escravos é um exemplo disso. Entender como as pedras chegaram até ali, ver as antigas áreas de extração de ouro e os trechos vicinais da Estrada Real é uma verdadeira aula de história.
A trilha pode ser feita caminhando, pedalando ou cavalgando, basta solicitar à agência. Os mais aventureiros podem optar por fazer a trilha à noite e admirar o céu estrelado. Tudo isso contemplando uma extensa vegetação de mata atlântica e cerrado. As paisagens dos mirantes, cachoeiras e piscinas naturais com água gelada e cristalina encantam os olhos!
Durante o percurso, você verá as seguintes atrações:
A travessia inicia na cidade de Prados, Minas Gerais, e finaliza com a deslumbrante vista para a cidade de Tiradentes. As agências de turismo têm partidas de várias cidades. Informe-se antes e decida qual o percurso mais adequado para as suas necessidades.
Como a travessia dura apenas 5 horas e 30 minutos, não há necessidade de acampar. Mas para facilitar o deslocamento, escolha uma das cidades que rodeiam a Serra: Prados, Tiradentes, São João del Rei, Coronel Xavier Chaves e Santa Cruz de Minas.
O ponto de partida do nosso último destino de turismo ecológico é o município de Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul. Essa é a porta de entrada para o Parque Nacional Aparados da Serra. As duas principais atrações do lugar são os Cânions Fortaleza e Itaimbezinho. Para conhecer bem a região, escolha dias diferentes para cada destino.
É o mais antigo e estruturado, com portaria de acesso, estacionamento e trilhas sinalizadas. Ele tem paredões de mais de 700 metros de altura e 6 km de comprimento. As duas trilhas para explorar o lugar são: Vértice (45 minutos, ida e volta) e Cotovelo (duas horas, ida e volta).
Com mais de 7 quilômetros de extensão, o cânion tem um caminho íngreme, mas não requer um preparo físico profissional. O paredão parece ter sido cortado direto na pedra. Nos dias claros, com tempo bom, é possível ver até o mar. É uma imagem para ficar guardada na memória. Nesse cânion, você pode fazer três trilhas: Mirante do Fortaleza; Cachoeira do Tigre Preto e Pedra do Segredo.
Gostou das opções de turismo ecológico que selecionamos para você curtir o feriado da semana santa? Então, prepare o tênis e a câmera fotográfica, pois você está perto de explorar as regiões mais bonitas do país. Mas para que o seu passeio seja feito em segurança, aprenda a se proteger dos perigos da exposição ao sol. Tenha consciência ambiental e boa viagem!