Com 34 mil km², o Parque Estadual do Jalapão foi inaugurado no ano de 2001 e fica a cerca de 300 km de Palmas, capital do Tocantins. Muitas vezes chamado de Deserto do Jalapão, apesar de não ser de fato um deserto, o Jalapão foi “descoberto” há pouquíssimo tempo por empresas locais, que apenas recentemente perceberam o potencial turístico do local, tornando-o um destino de ecoturismo e turismo de aventura pouco explorado.
Maior que o estado de Sergipe, o Jalapão é um dos lugares citados no livro 1000 lugares para se conhecer antes de morrer,
da jornalista norte-americana Patricia Schultz. Neste parque no norte do Brasil você vai encontrar locais para rafting e trekking, praias, cachoeiras e paisagens inesquecíveis.
O Jalapão está localizado na bacia dos rios Tocantins e Araguaia. Em alguns trechos, parece um deserto, com grandes dunas de areia dourada e o calor de 30º durante o dia todo. Porém, este cenário melhora quando são encontradas as cachoeiras, nascentes e fervedouros.
A água cristalina borbulhante dos fervedouros brota do lençol freático. A pressão, chamada de ressurgência hídrica, faz com não seja possível afundar no poço, apenas flutuar. Dentro do Parque há também duas cachoeiras, a Cachoeira do Formiga, pequena mas linda com sua água verde clara, e a Cachoeira da Velha, que tem uma queda d’àgua de 20 metros e fica bem próxima a uma praia de água doce.
No Rio Novo, é praticado o rafting. Ao longo do rio existem corredeiras de diferentes níveis de dificuldade, sendo a mais suave com 6 km de extensão e duração de 3 horas. Algumas empresas organizam também a canoagem pelo Rio Novo, um passeio tranqüilo, no trecho em que o rio corre bem devagar.
Principal cartão postal do Tocantins, a Serra do Espírito Santo proporciona uma vista extraordinária do Parque, especialmente ao por do sol. A trilha tem 8 quilômetros de extensão, sendo um 1 km de subida bem íngreme, 3 km em terreno plano no alto da Serra e o restante em subida moderada. Foram colocadas estacas e cordas ao longo do caminho, que é árduo para quem não tem experiência em trekking, mas o ideal é usar o seu bastão de caminhada. O melhor é começar a trilha bem cedo, para que o calor não dificulte muito a subida. No topo da Serra está o mirante.
A região não tem estrutura turística, mesmo nos povoados próximos só é possível encontrar pequenas pousadas e restaurantes. Hotéis, transporte público e internet, nem pensar! Dentro do parque não tem sinal de celular ou wifi e é provável que você ande dezenas de quilômetros sem encontrar ninguém.
Este é um destino para quem quer se desligar da civilização por alguns dias: ficar sem internet, sem energia elétrica e conhecer trechos praticamente intocados da natureza em um camping no coração do Brasil.
Apesar da fama de “deserto”, na verdade a região possui flora e fauna muito ricas, com onças suçuaranas, lobos guará, macacos, veados, araras, tucanos, diversas espécies de cobras e lagartos, emas e muitos outros. Vários dos animais encontrados por lá estão em risco de extinção. A região do Jalapão é a maior área protegida do cerrado e o Parque é de responsabilidade do Instituto Natureza de Tocantins (Naturatins).
O Jalapão pode ser visitado durante o ano inteiro e algumas empresas organizam acampamentos no Parque e possuem veículos adaptados para os passeios, caso você não tenha um veículo 4×4. Caso você decida ir por conta própria, tome muito cuidado, lembre-se que você estará incomunicável e que o local é inabitado. Leve roupas apropriadas para o calor, de preferência com proteção UV, além de chapéu, protetor-solar, roupa de banho e um agasalho leve, pois as noites são um pouco frias.
Veja algumas empresas que organizam viagens e camping no Jalapão: