Pensando em sair de férias, conhecer lugares incríveis e ter um pouco de aventura e contato com a natureza? Duas boas opções para o turismo aventureiro são as práticas de trekking ou hiking. Os dois tipos de caminhada proporcionam passeios espetaculares com conexão pessoal interior de paz e equilíbrio e vivência em ambientes naturais.
Você já sabe qual das duas modalidades combina mais com você e sua família ou grupo de amigos? Para descobrir, entenda a diferença entre elas. Depois é só escolher o destino e partir para a sua próxima viagem! Confira!
A palavra Trek — que deu origem ao termo trekking — tem origem na língua africâner. Trekking era como os trabalhadores voortrekkers, responsáveis pela colonização da África do Sul, chamavam a prática de realizar longas caminhadas.
Trekken é um verbo que em africâner quer dizer: “sofrimento relacionado à resistência física”. Isso faz todo o sentido, tendo em vista que aquela era uma época em que a única forma de percorrer grandes distâncias por montanhas e florestas era caminhando — muitas vezes essas expedições duravam até meses.
Após a chegada dos ingleses ao território africano, na época do neocolonialismo, eles se apropriaram do termo e o utilizaram para designar não só as caminhadas de expedição, mas também a prática de andar pelas florestas como uma forma de aventurar-se. Tempos depois essa atividade se tornou um esporte bastante praticado em todo mundo.
Hiking é um termo em inglês que traduzido literalmente quer dizer “andar por aí”. Não conhecemos as fontes do início da utilização dessa terminologia (antigamente todos chamavam as caminhadas de trekking), mas provavelmente ela surgiu por ser uma palavra mais adequada para definir o tipo de esporte em questão, que era totalmente diferente do trekking original.
Além do tempo de duração, na modalidade com maior grau de dificuldade, por exemplo, o praticante de trekking pode dormir durante o trajeto em pontos estratégicos. No hiking não há paradas longas.
Para quem pratica o hiking, o negócio é aproveitar a natureza, mas sem muitos riscos envolvidos. Caminhadas em trilhas e outros locais bem estruturados dão o tom do esporte. Quem sai de casa para praticar o trekking, por sua vez, quer mesmo é aventura.
Expedições em montanhas e matas inóspitas e caminhadas em estradas que podem durar vários dias são os fatores que fazem mesmo a cabeça de quem é apaixonado por esse esporte.
Outras diferenças são:
Os praticantes de hiking só causam impacto ao meio ambiente caso a mesma trilha seja utilizada por muitos anos, o que pode gerar algum tipo de desmatamento mínimo. Outros problemas que podem acontecer nesse sentido é a coleta de materiais naturais — como flores nativas, pedras ou madeira — e o descarte de itens não-biodegradáveis.
No trekking, como as caminhadas costumam ser bastante longas e os praticantes costumam carregar uma série de coisas — inclusive para acampar no meio da mata —, os problemas com a degradação ambiental podem ser mais relevantes.
Para ambos os casos, é necessário um programa de educação ambiental antes que a prática do esporte seja iniciada de fato. Afinal, da natureza só se leva boas recordações e só pegadas podem ser deixadas.
Outro engano comum entre os praticantes e não praticantes é a questão da definição do que consiste esse tipo de esporte. O Trekking e o Hiking não necessariamente precisam ser praticados em terrenos acidentados.
O que define o sentido dessas práticas é a caminhada, que deve ser feita preferencialmente em locais onde não existe acesso de outra forma que não seja a pé — isso não vale necessariamente apenas para caminhadas em montanhas ou beiras de rios e oceanos.
O hiking normalmente exige algum tipo de infraestrutura para que ocorra. Mesmo que seja feito em colinas, grandes florestas e outros tipos de ambientes naturais, é necessária a presença de cordas, sinalização e até algum meio de transporte para que o público praticante possa fazê-lo confortavelmente em, no máximo, um dia inteiro.
Com o trekking é diferente. Normalmente, o público praticante encara bem as áreas montanhosas, matas fechadas, locais sem trilhas, e podem passar dias caminhando sem maiores problemas.
Para o praticante de hiking, os equipamentos necessários dependem muito da distância a ser caminhada e das condições climáticas. Normalmente, um tênis confortável, água, mochila com um kit de sobrevivência, uma bússola e uma vara para caminhada bastam.
Caso o hiking ocorra à noite, uma bolsa com remédios e algum tipo de carboidrato para recuperar as energias podem ser muito úteis. No caso do trekking, a mochila do praticante deve conter tudo o que um praticante de hiking levaria, mais o equipamento completo de camping e roupas de frio e de calor, dadas as eventuais mudanças de temperatura.
Botas próprias e confortáveis sempre serão os calçados da moda para os trekkers, em função das ameaças de insetos e até animais peçonhentos, dependendo do local.
Muita gente confunde os dois esportes, apesar das diferenças marcantes. No Nepal, onde as caminhadas longas em espaços em contato com a natureza são bem famosas, essa confusão pode ficar ainda pior: as duas modalidades que envolvem trilhas e quilômetros a pé são chamadas simplesmente de trekking.
Na Nova Zelândia, o hiking é chamado pelo estranho nome de Tramping (“vagabundagem”, em português), e na Austrália os praticantes chamam o esporte de Bush-walking (“caminhada de arbustos”, em tradução literal para o português).
Em vários países os praticantes de trekking são também conhecidos como mochileiros. Essa definição tem caído em desuso, pois muitas pessoas confundem esse tipo de mochileiro com os montanhistas, que praticam um esporte completamente diferente.
Apesar de estarem em crescimento em todo o mundo, o hiking e o trekking são mais famosos e praticados em alguns países do que em outros. São comuns os eventos com mais de 500 hikers em países como Nova Zelândia, Chile, Costa Rica, Havaí e em várias localidades da Europa e da América do Norte.
O trekking é massivamente praticado em toda a base do Himalaia, na Índia, no Butão, na Cordilheira dos Andes e em outras localidades da América do Sul que possuem a combinação entre montanhas e matas.
Qualquer tipo de caminhada é altamente benéfica do ponto de vista fisiológico. Como tratam-se de poderosos exercícios aeróbicos, o hiking e o trekking podem contribuir com a perda de calorias, além de melhorar as condições cardíacas e respiratórias dos praticantes.
O hiking consegue promover bons momentos entre amigos e família, por não ser um esporte que exige tanto do praticante. O trekking proporciona a possibilidade de conhecer novos lugares, viver novas experiências e até de mudar histórias de vida por meio de novos relacionamentos e de uma visão diferenciada do mundo oferecida pela prática.
Agora que você já sabe quais são as diferenças básicas, conheça algumas dicas valiosas para praticar caminhadas em contato direto com a natureza:
Pronto! Agora você já sabe diferenciar o hiking e o trekking e já pode partir para a sua próxima aventura! Independentemente da modalidade escolhida, é bom lembrar que ambas trazem grandes benefícios mentais, físicos e sociais e são, portanto, sempre muito bem-vindas.
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