Luciano Candisani registra a cultura de idosas mergulhadoras na Coréia do Sul
Intitulado “Haenyeo: mulheres do mar”, um dos mais recentes trabalhos do premiado fotógrafo brasileiro Luciano Candisani é fruto de 35 dias de uma literal imersão na cultura da Ilha Jeju, na Coréia do Sul.
Depois que uma conjuntura sociopolítica provocou o êxodo dos homens da ilha há mais de 400 anos atrás, as mulheres se viram obrigadas a se lançarem ao fundo do mar para garantir a sobrevivência de suas famílias, o que deu início à uma sociedade matriarcal.
Utilizando somente o ar dos seus pulmões, elas praticam a mais tradicional forma de pesca submarina, mergulhando a 15 metros de profundidade para coletar polvos, peixes e frutos do mar. O que mais surpreende, no entanto, é a idade dessas mulheres: a maioria possui entre 65 e 92 anos.
Ao longo dos quatro séculos dessa tradição, o uso de cilindros e outros equipamentos de mergulho nunca foram incorporados – e a continuidade da atividade demonstra que as sul-coreanas aprenderam a retirar os recursos do mar sem exauri-los, diferente do que acontece na pesca comercial.
Por esses e outros motivos, a atividade foi incluída na lista da Unesco de Patrimônios Culturais Intangíveis da Humanidade. Membro da Solo Community e colaborador da National Geographic, Luciano Candinadi registrou as jornadas diárias dessas senhoras com uma sensibilidade ímpar.
Há mais de 20 anos, o fotógrafo se dedica a projetos de documentação da ligação do ser humano com a natureza, especialmente de populações tradicionais pelo mundo que tiram seu sustento do mar. Conheça mais do trabalho “Haenyeo: mulheres do mar” no vídeo abaixo: